Super:
Junto ou Separado?
Embora seja freqüente, em anúncios publicitários,
encontrarmos super separado do termo que qualifica, o correto é que, como
prefixo, seja colado à palavra seguinte (superoferta, por exemplo). Exceções apenas
às palavras iniciadas por h ou r: super-homem, super-rápido, etc.
Caça ao Gerundismo
Se você é daqueles que perde a paciência quando a
atendente do call center diz que "vai estar lhe transferindo" para
outro setor, essa notícia é um pequeno alento. Caça ao Gerundismo já conseguiu
reduzir em 80% o uso incorreto do gerúndio no atendimento. A campanha começou
no segundo semestre do ano passado e vem sendo realizada junto aos 53 mil
funcionários da empresa, que atende, entre outros clientes, a operadoras de
telefonia celular. A meta é aperfeiçoar o atendimento ao cliente, extinguindo
definitivamente os "vou estar lhe passando" e afins.
Objetividade na Escrita
Muita gente peca por excesso de formalidade ou uso
abusivo de chavões na redação empresarial. Para ser eficiente, um texto precisa
ser claro e objetivo. Veja algumas expressões utilizadas comumente e sugestões
de como substituí-las por opções menos rebuscadas.
No lugar de: Escreva:
·
Acusamos o recebimento de Recebemos
·
Agradecendo a atenção dispensada Agradecemos
·
Acima citado Citado
·
Antecipadamente gratos Gratos
·
Através dessa missiva, informamos Informamos
·
De acordo com o supracitado Conforme
·
Essa missiva tem por finalidade Nosso objetivo é
·
Levamos ao conhecimento de Informamos
·
No que tange a Em relação a/Quanto a
Vírgula e “etc.”
Os gramáticos mais tradicionalistas insistem para
que, antes de “etc.”, não se empregue vírgula, mas o uso contemporâneo consagrou
a vírgula antes dessa expressão latina. Se a vírgula vier
depois, o ponto deve permanecer. E, se“etc.” vier
no final do período, não precisa se usar mais um ponto: basta o ponto do
próprio “etc.”. “Etc.” significa “e outras coisas”, “e outros da mesma
espécie”.
Curiosamente, também pode ser empregado para se
referir a pessoas, mas, por elegância, é desaconselhável. Supõe-se que ninguém
gostaria de ficar oculto numa lista assim: “José, Pedro, etc.”
Repetir É Normal, Mas Não Faz Bem
Quem redige sabe muito bem que a repetição de
palavras e termos cognatos é uma erva daninha para o estilo. Uma frase, um
período ou parágrafo que, por exemplo, mencionem, muito proximamente, “visitas”
e “visitantes” ou que falem de uma fábrica que “produz” “produtos” merecem ser
reescritos. A repetição é natural e quase sempre imperceptível para o próprio
redator, mas — fique claro — não faz bem à estética e ao bom gosto. Por isso,
uma boa revisão
não pode deixar de arrancar essa “erva daninha”
textual.
O “Mau Colesterol” dos Textos
Um crítico literário francês advertia com
simplicidade: “Se quer dizer que chove, diga: ‘Chove’”. Antes de escrever,
muitas pessoas ficam como que diante de um guarda-roupa de inúmeras opções,
tentadas a vestirem o que habitualmente não vestem... para “fazerem bonito”! Mas
não é preciso “fazer bonito”, é preciso apenas clareza e eficácia, sobretudo
quando se trata de textos para a vida profissional. Portanto, evite a tentação
do excesso verbal — ele é o "mau colesterol" dos piores textos. Se
tiver tempo de deixar seu texto “de molho", não hesite: passe a “tesoura”,
corte a “gordura”!
Todo Elo É de Ligação
Cuidado com o excesso de palavras. Não raro isso
leva a redundâncias inadmissíveis, que revelam desconhecimento e contam pontos negativos
para a imagem de qualquer um. É o caso de expressões como "elo de
ligação", "hábitat natural" e "monopólio exclusivo",
só para citar algumas mais comuns. Em todas elas, o complemento é dispensável,
já que todo elo é de ligação, todo hábitat é natural e não há monopólio que não
seja exclusivo. Encaixam-se na mesma categoria de "subir para cima",
"descer para baixo", "ver com os olhos",
etc.
Nunca Diga "Plus a Mais"
Não é difícil, no ambiente corporativo, ouvirmos
alguém usar a expressão "Isso é um plus a mais oferecido pela
empresa". Trata-se de um pleonasmo e de um uso totalmente inadequado desse
estrangeirismo, uma vez que plus já significa a
mais, em francês. Portanto, a frase correta seria “Isso é um plus oferecido
pela empresa”. “Plus a mais” não existe. Para Escrever Claramente Escrever com
clareza é muito importante para estabelecer uma comunicação eficiente no
ambiente profissional. Veja alguns "princípios da redação clara",
segundo o livro O Poder da Simplicidade, de Jack Trout e Steve Rivkin.
1. Dê preferência às sentenças curtas.
2. Prefira a palavra mais simples à mais complexa.
3. Escolha a palavra mais familiar.
4. Evite palavras desnecessárias.
5. Coloque ação em seus verbos.
6. Escreva como você fala.
7. Escreva para se expressar, não para
impressionar.
Escrever é Deletar!
O escritor Marques Rebelo afirmou que “escrever é
cortar”. Hoje, com o Word, poderia dizer: escrever é deletar. Em busca da
concisão, considere:
1. “Inutilia truncat”: cortar o inútil.
2. Cuidado com advérbios e adjetivos: serão mesmo
necessários?
3. “Encher lingüiça” é tomar tempo do leitor.
4. Depois de certo tempo, reler o texto. E...
deletar!
5. Evitar redundâncias.
6. Usar períodos mais curtos.
7. Lamber a “cria” com o ego menos satisfeito.
Alto e Bom Som
Há, na língua, expressões que têm uma espécie de
sobrevida. Ao seu redor, muitas palavras já morreram e foram sepultadas, mas
elas insistem em estar na memória coletiva e em circulação. São velhas e elegantes
damas, ainda capazes de seduzir as gerações mais jovens. Esse é o caso de “alto
e bom som”. É útil, é simpática e tem o seu charme. Mas a
expressão “alto e bom som” deve ser usada sem preposição “em” por mais estranho
que pareça. Exemplos: “Falei alto e bom som”; “Ele disse alto e bom som que a
amava”. Preciso "de", não! "Preciso de falar uma coisa urgente
com o meu gerente". Incrível, mas muita gente ainda comete esse erro
imperdoável de português.
Só usamos a preposição "de" após o verbo
precisar quando o complemento verbal é um substantivo ou pronome. Por exemplo: "Preciso
de dinheiro"; "Preciso de você". Quando o complemento é um verbo
no infinitivo, a preposição não é utilizada. "Preciso falar uma coisa
urgente com o meu gerente"; "Preciso fazer algo"; "Preciso pensar
em uma solução para esse problema.
Cuidado com o “De Encontro”
Muita gente usa a expressão “de encontro” no
sentido errado. Na verdade, gostaria de dizer “ao encontro”. “A sua opinião vem
de encontro à minha”. Isso quer dizer: “A sua opinião é contra a minha”. O
correto seria: “A sua opinião vem ao encontro da minha”. Portanto, cuidado:
quem “vai de encontro” vai bater em algum lugar...
Nunca Use "O Mesmo"
Se há um vício de linguagem absolutamente
abominável é aquele de usar a terrível expressão “o mesmo” ou “a mesma” para
designar de que/quem se está falando. Exemplo famoso, ligeiramente modificado, escrito
na parede de um bar: “O rei da feijoada, o mesmo do pé-de-porco”. Nesse exemplo
tenebroso, bastava colocar no lugar de “o mesmo” a simples conjunção “e”: “O
rei da feijoada e do pé-de-porco”. Na cidade do Recife, uma lei municipal exige
que em todos os lugares onde haja uma porta de elevador seja afixada, bem visível,
a seguinte inscrição: “Aviso aos usuários: antes de entrar no elevador, verifique
se o mesmo encontra-se parado neste andar”. Nada contra a lei. Tudo contra a
expressão, que bem poderia ser substituída, com enorme vantagem, por exemplo,
apenas pelo pronome “ele”, em prol da saúde mental dos usuários que, na maioria
das vezes, têm como única opção de leitura, no ambiente, o aviso com a
poluidora expressão.
Nunca Diga "Meia Aberta"
"A porta estava meia aberta" é uma
expressão tão comum quanto errada. Não se usa, no moderno português, a palavra
meia como feminino de meio, no sentido de "um pouco", com função de
advérbio. Nessa condição, a palavra é invariável, não flexiona o gênero. Certo:
"Ela estava meio cansada". Errado: "Ela ficou meia
deprimida".
Evitando lugares-comuns
Na hora de falar ou escrever, tenha cuidado com os
chavões e pleonasmos. São expressões comuns, que muitas vezes escapolem sem
você perceber, por força do (mau) hábito, mas que podem arranhar sua imagem de
bom orador e/ou redator. Veja alguns exemplos: Certeza absoluta. Basta ter
certeza. O absoluta é redundante. “Tenho certeza de que o plano de paz irá
funcionar no Oriente Médio.” Terminantemente proibido. O terminantemente também
sobra. Algo ou é proibido ou é permitido. Não existe meio proibido, nem
terminantemente proibido. Outra alternativa. Se é alternativa, já é outra.
Então, diga apenas “Ele não tem alternativa”. Evite também expressões batidas,
como fechar com chave de ouro, perda irreparável, prejuízo incalculável, sonora
vaia, vitória esmagadora, chegar a um denominador comum, inserido no contexto, propriamente
dito, conjugar esforços, entre outros lugares-comuns.
Não diga "a nível de"
Apesar de combatida em outras edições da Desafio
21, a expressão "a nível de" parece ganhar cada vez mais força entre
profissionais dos mais variados estilos e áreas de atuação. O problema é que
"a nível de", além de ser uma expressão vazia que nada acrescenta à frase,
também é gramaticalmente incorreta. Quem a utiliza passa uma imagem de
pedantismo e desinformação. A boa notícia é que essa expressão é facilmente
evitável. Em vez de dizer "Atuamos a nível de Brasil", prefira
"Atuamos emtodo o Brasil". No lugar de "Este problema deve ser
resolvido a nível de governo", use "Este problema deve ser resolvido
pelo governo". Neste, como em muitos casos, menos é mais.
Quando "Ver" vira "Vir"
Pode parecer estranho, mas é o correto. O verbo
"ver" transforma-se em "vir" quando usado no futuro do
subjuntivo. Exemplo: "Se eu vir com meus próprios olhos, poderei
acreditar". As demais pessoas desse tempo também substituem o
"e" pelo "i": vires, vir, virmos, virdes, virem. Os verbos
"prever", "rever" e "antever" seguem o mesmo
caminho.
A rigor, ninguém é "comunicado"
"Ele já foi comunicado da decisão do
gerente?" Esse é um erro literal de português muito comum no ambiente de
trabalho. Na verdade, uma decisão é comunicada, mas ninguém "é
comunicado" de alguma coisa. Assim, o correto é dizer: Ele já foi
informado (ou avisado) da decisão. Também não é considerado correto dizer: A
diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A
diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos
empregados. Nunca diga "menas" nem "perca" Alguns erros de
português provocam estragos devastadores na imagem do profissional. Entre os
mais graves estão o uso equivocado de duas palavrinhas que ainda confundem
muita gente. Nunca, mas nunca mesmo, diga "menas" ou use
"perca" como substantivo.
Menos
- Apague essa palavra de seu dicionário.
"Menas" não existe. O correto é "menos", mesmo que a
palavra seguinte venha no feminino: menos escolas, menos pobreza, menos
denúncias de
corrupção.
Perca
- Nunca utilize "perca" como substantivo,
no sentido contrário de "ganho". O certo é "perda": perda
de material, perda de poder aquisitivo, perda de memória. "Perca" é
verbo (sentido contrário de
encontrar): não se perca de mim, não perca
credibilidade falando errado.
Empregando a crase corretamente
Muita gente ainda erra na hora de empregar a crase
por esquecer uma regrinha básica. A crase é a união do artigo "a" com
a prepo-sição "a" — portanto, nunca deve ser utilizada antes de
palavras
masculinas. Não se deve crasear, por exemplo,
expressões como: O restaurante faz entrega a domicílio; A moça estava a salvo;
Deixou os marujos a bordo; Fez todo o percurso a pé; Falamos muito a respeito disso;
A maior parte das venda é feita a prazo, entre outros.
"Possa ser" é um horror
Este é um erro grave, mas bastante comum. Preste
atenção e nunca, mas nunca mesmo, diga "possa ser", no sentido de
"é possível". "Possa ser que ele vá à reunião", ou
"possa ser que a entrega do produto atrase". Está errado. O certo é
"pode ser": "pode ser que ele vá" ou "pode ser que a
entrega do produto atrase".
Anexo, simplesmente
É freqüente o uso da expressão "em
anexo", condenada pelos gramáticos por não encontrar respaldo na tradição
da língua. O correto é usar simplesmente anexo, que é adjetivo e, portanto,
concorda com o substantivo a que se refere.
Exemplos: Anexa, segue a carta de apresentação; Seguem, anexos, os documentos. Deve-se evitar também usar anexo como particípio de anexar. Logo: As
cartas foram anexadas [e não anexas] ao documento principal.
Sempre "há" no passado
O uso do há e a ainda provoca muita confusão. Mas a
regra é simples. Há indica passado e pode ser substituído por faz: Já a exprime
tempo futuro ou distância (não pode ser substituído por faz): Chegou há duas
horas/ Ela viajou há menos de uma semana. O avião chegará daqui a pouco /Ficou
a pouco mais de dez metros do seu ídolo.
Sem vogal no meio
Esta é uma dica para a pronúncia. Em uma palavra,
nunca se deve pronunciar a consoante que antecede outra como se houvesse uma vogal
entre elas. O certo é opção e não "o-pi-ção", ad-vogado e não
"a-de-vogado", estag-nar e não "esta-gui-nar",
adep-to e não "adé-pi-to", sub-solo e não "su-bi-solo",
ab-soluto e não "a-bi-soluto", Ed-gar e não "E-di-gar", ec-zema
e não "e-qui-zema", etc.
Acerca de - a cerca de - há cerca de
As expressões existem em nossa língua e estão
absolutamente corretas. A confusão surge no momento de usá-las, por serem casos
distintos. · Acerca deé uma locução prepositiva e significa a respeito de, sobre...
Exemplo: O ex-patrão deu boas referências acerca de Pedro. A cerca de é, na
verdade, locução mais sintética: cerca de. "Cerca de dez pessoas ficaram
soterradas à noite, quando a barreira deslizou." O a é preposição e uma contingência
regencial: Pedi a cerca de vinte jornalistas que ficassem atentos às últimas
notícias. Tem valor de aproximadamente, perto de, mais ou menos e só deve ser
utilizado com números redondos - 10, 20, 50, 100...
Há cerca de nada mais é do que a locução
prepositiva antecedente, acompanhada do verbo haver na acepção de tempo
decorrido. As aulas recomeçaram há cerca de duas semanas.
"Cerca de"... quantos? "Cerca de 22
pessoas participaram do velório". A frase, errada, foi recentemente
veiculada em um jornal de grande circulação nacional. O equívoco também é
cometido por muita gente. Na verdade, "cerca de" é uma expressão que
indica arredondamento e, por isso, não deve ser usada junto a números exatos. O
correto seria: "Cerca de 20 pessoas participaram do velório".
"Ao meu ver"
"Ao meu ver, essa frase está errada." E
está mesmo, embora muita gente insista em usar a construção equivocada. Não
existe artigo nessa expressão. O correto é: a meu ver, a seu ver, a nosso ver.
Este ou esse?
Na maioria dos casos, devemos usar esse, o pronome
que se emprega para o que já foi citado ou para aquilo que está perto do outro,
do interlocutor: Esse seu carro é bonito; Falei desses ensinamentos para a
platéia. Já este indica termos que vão ser citados. Exemplo: Os objetivos foram
estes: treinar, capacitar e informar. Usa-se também para referir o
"lugar" do qual se fala: Nesta cidade onde moro; Este texto é curto. Logo
após a palavra citada, pode-se usar este. Exemplo: O outro jogador era Pelé.
Este, como sempre, insuperável. O contexto regulará esse tipo de uso.
Interviu errado
O verbo intervir costuma confundir muita gente. É
comum vermos construções como: "O governo interviu"; "Os
militares interviram". Está errado. Intervir é conjugado da mesma forma
que o verbo vir. Assim, o certo é: "O governo interveio"; "Os
militares intervieram".
Sujeito indeterminado
Nunca diga: "Precisam-se" de empregados.
Verbos transitivos indiretos, que exigem preposição, não podem variar nesses
casos, porque o sujeito é indeterminado. O pronome "se" torna indefinido
o agente da ação verbal. O correto é: precisa-se de empregados; trata-se dos
melhores restaurantes; conta-se com os amigos. O contrário acontece quando o
verbo é transitivo direto, como em alugam-se casas e ouviram-se gritos. Nesses
casos, os sujeitos das frases são os substantivos casas e gritos, logo os
verbos têm que concordar com eles. Em caso de dúvida, é só colocar o sujeito na
frente: casas são alugadas, gritos foram ouvidos.
Apóstrofo
Esse nome estranho é usado, em português, para
designar aquele sinal, semelhante a uma vírgula, que indica a eliminação de uma
letra: d’água, d’alma, etc. Por isso, nunca se deve usá-lo em plural de siglas
e abreviaturas. Para pluralizar basta acrescentar um "s". Exemplos
corretos: CDs, Ufirs, TVs. E incorretos: CD’s, TV’s, etc. Muito obrigada Todo
cuidado é pouco com alguns erros de Português muito comuns que, de tão
cometidos, ficam quase que incorporados à linguagem coloquial e podem
comprometer uma imagem profissional, na hora de falar ou escrever.
"Obrigado", ela disse.
Certo? Errado! Obrigado é variável e concorda com a
pessoa que fala. A mulher diz "Obrigada" e o homem, "Obrigado".
Se você fala em nome de um grupo, é correto dizer: "Muito obrigados por
tudo". Ao agradecer dessa forma é como se a pessoa estivesse dizendo:
"Diante desta sua atitude (nobre, simpática,
atenciosa, etc.), eu me sinto muito obrigado/obrigada a retribuir". Daí a
concordância de gênero
"Há" ou "a"?
O uso do verbo "Há" e da preposição
"a" costuma causar uma certa confusão e muitos estragos. Há uma regra
para evitar problemas. O verbo haver deve ser usado em expressões que indicam
tempo já passado, como por exemplo: "Isto aconteceu há vinte anos."
Nesse sentido, é equivalente ao verbo fazer: "Isto aconteceu faz vinte
anos."
Já a preposição "a" deve ser usada nos
casos em que há referência a um tempo futuro e a substituição pelo verbo fazer
é impossível: "A eleição para presidente será daqui a dois anos".
Nunca diga
Muito cuidado com alguns erros bastante comuns.
Morda a língua a
tempo e nunca diga:
1. "Fazem" dez anos. Fazer, no sentido de
tempo, é impessoal e não varia. O certo é Faz dez anos.
2. "Houveram" muitos casos. Haver, no
sentido de "existir", também é invariável: Houve muitos casos é o
certo.
3. Para "mim" fazer. Mim não faz, porque
não pode ser sujeito. O certo é : Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
Maiúsculas
Que o Brasil é grande, todo mundo sabe, mas nem por
isso se deve ceder à epidemia das letras maiúsculas. Às vezes, tem-se a impressão
de que os brasileiros querem imitar o que ocorre no alemão, língua em que todos
os substantivos devem ser grafados com inicial maiúscula. Apenas em arte e
propaganda, pode-se ter uma flexibilidade com o uso estilístico
das maiúsculas. Casos em que o uso é obrigatório: (1) nomes de artes, ciências,
disciplinas e altos conceitos; (2) nomes sagrados, religiosos, mitológicos e astronômicos;
(3) títulos de obras e criações; (4) nomes de ruas; (5) nomes de atos, leis,
decretos; (6) expressões de tratamento e designativos de títulos; (7) eras e
fatos históricos; e, naturalmente, (8) nomes próprios de pessoas, instituições
e empresas. Fora disso, não se deve ter pudor de usar as minúsculas. Quem
prefere mais? É errado dizer: "Prefiro mais isso do que aquilo".
Sempre prefere-se uma coisa a outra, portanto tanto o mais como o do que estão
sobrando. O certo é: Prefiro isso àquilo. Cuidado
com as siglas Siglas estão por toda parte e sua grafia merece cuidado. Caso tenham
apenas três letras, todas devem ficar em maiúscula: OAB;
IAB, ITA, CBF, etc. Em maiúsculas também devem
ficar aquelas que pronunciamos letra por letra, como INSS e ACSP. Caso as
siglas formem uma palavra, grafam-se em caixa alta e baixa: Sudene,
Fiepe, Fiesp, Empetur. Caso necessitem fazer
plural, basta acrescentar um "s": PMs, OABs, IABs, Creas.
Lesbianismo ortográfico
Millôr Fernandes afirmou, certa vez, que a crase é
um "caso de lesbianismo ortográfico". Isso, de certa forma, é
verdade, pois o "a" preposição se funde ao "a" artigo
feminino. Por isso, uma das regras para bem usar a crase diz que esta só deve
ser empregada diante de palavra feminina (e que admita antes o artigo
"a"!). Daí a regra prática de se substituir a palavra posterior ao
"a" por um nome masculino para observar se o "a" preposição
junta-se ao "o" artigo. Por exemplo, usa-se crase em "fui à praia"
porque seria possível dizer "fui ao campo".
Do site:
http://notitia.truenet.com.br/desafio21/newstorm.notitia.apresentac
ao.ServletDeNoticia?codigoDaNoticia=1818&dataDoJornal=atual
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